Então, que se apague da memória
Tudo o que já não me cabe mais...
O que não se ajeita nem endireita
Só enfeita manchetes nos jornais.
Pois que a grande maioria dos jornais
Usa sangue como tinta de impressão
Não, não... Até mesmo aos que não.
Que não reste estória e nem memória.
Pois que a felicidade agora já passou
É passado... Ensaiando para passar.
Talvez hoje ainda seja cedo demais,
Olha, está tudo muito emaranhado.
Que todo este emaranhado de agora
Desfaça-se por meio da dor e do amor
E parta, sem trama alguma de rancor,
Apenas por já não me pertencer mais.
Que me reste ao menos, um fio de paz
Apenas um, ainda que fino e profundo
E que seja puro, mesmo que prematuro
Pequeno... Mas que floresça no futuro.
Pequeno... Mas que floresça no futuro.
Que por merecimento me chegue a paz...
Na cantiga de um momento de descanso,
Na liberdade voejante das asas d'uma ave
Ou na sombra refrigerante de uma árvore.
Ou na sombra refrigerante de uma árvore.
Que me venha... Ainda que por descuido
Porque nesses descuidos, a alma se refaz.
P'ra que finalmente se apague da memória
O que um dia foi mas já não me cabe mais.
Imagem: Tumblr
9 comentários:
Essa sensibilidade me arrepia a alma Lucy, vale muito esperar os teus poemas!
Amplexos, Otávio.
Beautiful ballet dancer pose.
Nicely done.
ABSOLUTAMENTE LINDO !!!
PARABÉNS.
UM ABRAÇÃO CARIOCA.
Colérico, inapelavelmente.
Hum...Tenha Paz! Mas saiba perdoar aos outros e a si. Falar é tão fácil né?
Eu queria ter o poder de tirar coisas do coração e da mente.
bjokas=)
SERGIO NEVES - ..esse.desejo de se ter "novos rumos" versaste com um brilhantismo poético impressionante! ...assim como pra mim mostra-se ser sublimemente impressionante tudo o que de ti emana. / Carinhos.
Magnífico! Quantas memórias gostaríamos que se apagassem dos nossos corações e quantas desejaríamos jamais perecessem com o tempo. Sublime inspiração. Luz e paz. Beijo no coração
Uma obra de pura arte, de puro lirismo. A poesia, aqui, neste] poema, transmuda, transcende ao que há de mais comum no gênero. O talento brota de cada verso e como um afluente pequeno que se junta ao grande rio, eles se juntam em estrofes de alto valor literário.
Parabéns.
Postar um comentário