​"Cabe-nos a tarefa irrecusável, seriíssima, dia a dia renovada, de - com a máxima imediaticidade e adequação possíveis - fazer coincidir a palavra com a coisa sentida, contemplada, pensada, experimentada, imaginada ou produzida pela razão." Goethe​

DEVANEIOS... OU NÃO!

O silêncio da noite
sempre me foi cortesia e convite
para as letras.

É artificial a luz que me esquenta
quando a alma se põe nua
e sem vaidade alguma
para se confessar nas letras.

E é por elas, que alguns muitos
dizem-me triste.
E eu contesto, mas não nego.
- Alguns dias, é a felicidade
que se faz menor,
não sou triste, porém
às vezes fico, quando me dizem ser. -

Nasci assim, meio frágil demais.
E tudo o que me preenche
o coração,
também faz transbordar os olhos.
Por isso tristes? – NÃO!
... Apenas, constantemente emocionados!

Os meus olhos cor de mar
escondem profundezas...
E no profundo, não há muita luz.

Isso tudo não sou eu,
é apenas poesia. Prefiro assim,
vivo intensamente as alegrias
e reservo a escrita para as faltas!

É um bom modo de sonhar
e se confessar.
Nunca li bulas, nem poções mágicas
e peço que se alguém as tiver
mantenham longe de mim!
Afinal, sou bem mais feliz assim
e às vezes triste também...
É algo muito parecido com um pescador
aquele, que acorda antes do sol
e sai cortando a neblina com o peito
cheio de sonhos
e uma rede de necessidades.

Tão semelhante sou
diante a uma folha branca de papel
navegando linhas de sonhos,
pescando palavras para alimentar
- não sei bem o que – porém
 sempre salva pelo rodapé!

O rodapé, é a margem
que sempre me espera.
A margem, é o início e o fim
do dia de um pescador.

O rodapé da folha,
é o fim de minha poesia e
 quase sempre
onde suspira de saudade
o meu amor.


Lumansanaris
Imagem: Google


4 comentários:

Anônimo

Que visão mais linda essa do pescador comparada ao ato poético !
Mta sensibilidade poeta , parabéns ! Bjks , Laura

PAULO TAMBURRO.

LUCY MARA,

o rodapé da folha,sempre nos oferece a mágica oportunidade de mudar de página!

Um abração carioca.

Unknown

Muy bello.. poema...

Lucy Mara Mansanaris

Paulo, você está ficando poético; ainda me faz rir, mas, tá poético! rs...

Abraço mineiro...

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