Insustentável saudade que treme
incandescências à pele
orvalhando
rosários em rezas
de súplicas e gratidão.
E faz do espírito, um viajante
empalidecido
em rotas pretéritas
do horizonte que sonha
e
habita.
E
cisma de querer
mudar a
marcha das nuvens,
abrindo vãos de anil que
recordem
aos anjos, o seu destino
aos anjos, o seu destino
-
impedir que as distâncias
sejam
eternas -
Pois
que um tanto de dor insiste
em beleza e impressão
profundas, de um retorno
do que nunca se foi.
...E talvez nunca se vá
-
pois que não almeja tal liberdade -
Antes
e sempre, o testemunho
de
incontáveis voos
-
esplêndidos e suaves –
de
asas que trazem uma imensidão
ao peito.
Insustentável saudade
que faz dos olhos, dois cálices
transbordantes de razões que impeçam
a morte de certas essências.
Pois que antes, bem antes
trocam-se os nomes
- disfarça-se a dor num riso -
e o que era saudade,
passa a se chamar lembrança.
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