​"Cabe-nos a tarefa irrecusável, seriíssima, dia a dia renovada, de - com a máxima imediaticidade e adequação possíveis - fazer coincidir a palavra com a coisa sentida, contemplada, pensada, experimentada, imaginada ou produzida pela razão." Goethe​

T E A T R O


                         Assisto, pacientemente,
                        Aos que dançam sobre a minha carne
                        ...Ah, são tão ágeis
                       Olha como se movimentam bem!

                       E quando, por falta de sorte
                       Ou ao acaso de um leve descuido
                       Tropeçam em meus ossos,
                       Imediatamente,
                       Absolvem-se do deslize,
                       Desfaz-se deles, até o tropeço,
                       Restando-me a culpa pelos ossos.

                       Apenas assisto
                       Como quem vê e nada sente,
                       Resistindo ao assistir, pacientemente,
                       O ritmado engodo 
                       De uma dança, que se acredita
                       Em palco de criança.



                                                                  Imagem: Google
       

8 comentários:

Anônimo

Minha amiga,

Este poema aborda um tema que não participa do seu tom, das suas digitais, porém, ainda assim, cada linha possui o polimento da alma que advinda de um grão especial.
Resumindo, a contradição não lhe impediu de florir.
Forte e terno abraço, Humberto.

Bell

Um lindo dia pra você =)

Cidália Ferreira

Fiquei encantada com este soberbo poema!

Beijo, um resto de dia feliz.

Coisas de Uma Vida 172

nelson de Medeiros

De fato. O poema é amargo... contrasta realmente com a sensibilidade e a doçura que a poetiza apresenta sempre . Entretanto, tal contraste somente engrandece a poetiza, pois que não se concebe um ator que interprete sempre o mesmo tipo de personagem. A poesia é, antes de tudo, um estado d!alma; e a alma é insondável... viaja a cada instante a lugares inimagináveis... Por isso, ainda que no mesmo estilo, que também é imutável no artista, este poema difere pela sentida amargura que seus versos nois passa.
Forte abraço e a admiração de sempre
Nelson

jacó Filho

Simplesmente magnífico e com suas digitais mestra Lu Mansanaris, adorei... Parabéns!

Unknown

Tem horas que é melhor só observar prá ver até onde chega.
Ameeeeeeeeeeei este poema! Você sai dos termas mornos, gostei de ver!
Beijos linda!

Suzete Brainer

Minha Querida Amiga,

Um Poema delicioso com a ironia perfeita sobre este teatro,
no qual as pessoas esbanjam talento do mau gosto para
machucar e jogar.
Nesta situação, o melhor é sobrevoar e perceber cada um sem
a máscara, ao mesmo tempo que a distância possibilite o
corte do desapego libertador!...

Adoro a tua Poesia!!
Beijos, Querida Lu.

Miguel Jacó

Bom dia Lu Mansanaris, tua personagem sente-se pisoteada por quem desfaça suas ofensas com a dança do entretenimento, e da representação artística, mas tem como objetivo desabonar a outrem, sem identificar-se publicamente como agressor, parabéns pelo contundente poema, um beijo com muito carinho neste teu afetuoso coração que o meu coração tanta ama, MJ.

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