Porque lhe doía
O despertar,
Desaprendeu a
dormir,
Depois de tanto sonhar
Acordada.
Acordada.
Não foi fácil...
Mas ainda assim,
Era mais fácil
Aprisionar as coisas
De dentro.
De dentro.
Pois que dentro,
Nenhum sopro de vento
Nenhum sopro de vento
Alivia o ardor
Da dor que não se quer
Lembrar.
E então,
Já não havia mais
Palavra alguma
Palavra alguma
Que a descobrisse...
...As palavras que antes
Tanto diziam,
Que lhe vinham
Em socorro, emudeceram
De exaustão.
Os seus pensamentos
Não redemoinham mais
Risos nem lágrimas...
Não há um só caminho
Por onde a emoção escorra.
Apenas sobrevive
A um deserto de tempo,
De ponteiros
Que alargam a visão
E encurtam as falas.
Sem perceber que
O que cala,
Dá corta às horas
Dos mistérios que esperam,
Escritos nalgum lugar,
Para acontecer.
...Desaprendeu a dormir
Porque cansou de sonhar,
Tornando tristes
As estrelas.
Imagem: Tumblr
10 comentários:
Como sempre, excelente poema!
Bom fim de semana
Beijo
Coisas de Uma Vida 172
Nice.
(Love the light.)
Lucy, é tão linda a tua sensibilidade! As imagens que cria são únicas! Nunca havia sentido uma INSÔNIA tão lindamente assim!
Acho elegante demais o teu compor, sempre um festejar a cada novo poema.
Um beijo imenso querida poetisa.
Ps: Enviei e-mail solicitando autorização para uso de um poema.
A insônia persiste quando as circunstâncias tornam os desejos inacabados, informes, querida Lu. Mas tudo é passageiro e transitório. Parabenizo-lhe por tão magistral poética, desejando-lhe um ótimo fim de semana junto aos seus.
Beijo terno.
Antenor
Boa tarde Lu, teus versos enredam a vida humana com todas as suas adjetivações, é claro que variam entre um e outro ser, mas no grosso somos severamente açoitados pelas vicissitudes da vida e dentre tantos desalentos precisamos encontrarmos razões para continuarmos vivos, e assim vamos sobrevivendo entre sonhos e castrações, parabéns pelo vosso incisivo poema, e irretocável ilustração, um beijo com carinho neste teu doce e bondoso coração que o meu cortação tanto ama, MJ
Nossa Lu!... Que Poema tão belo, um espaço inscrito
de uma dor que caminha na nudez do sentir, silencia
as palavras no seu eco de busca, por dentro tudo
ficou vestido de memória!...
Às vezes, a realidade concreta sequestra os sonhos, mas
para o Poeta, a realidade é só uma página em branco.
Eu sei, que a Poeta (Poetisa) movimenta as palavras
na carne viva da dor e ao mesmo tempo, no sublime,
planta a beleza etérea da alma!...
Bravo, Querida Amiga!!
Adorei!
Beijo e abraço de paz de alma para alma (é mais profundo...rss).
Bem se disse acima sobre a elegância de suas criações. Eis ai uma das palavras que bem descrevem o teu poetizar: Elegância da escrita. Aqui descreves os sonhos maiores da vida, que nem sempre, ou quase nunca são realizados, com tanta leveza, que a tristeza do verso se faz som musical. A delicadeza com que tratas aqui um amor que ficou em algum lugar (Há tantas formas de amor como instantes no tempo) faz com o leitor acredite em amores que habitam nossos sonhos mais profundos. Nota-se, não só neste poema, mas em todos os outros de sua lavra farta sensibilidade para as coisas da vida presente e futura.
Bem o dizes: Há muita coisa, ainda, para acontecer e que se encontram à nossa espera. O caminho é árduo, de sacrifícios sim, de lutas contra nosso ego, mas para espíritos assim com a alvura que demonstras em teus poemas, a caminhada será sempre mais leve.
Forte abraço com a admiração de sempre
Nelson
A trama bem urdida deste manancial de sentimentos que só poderia resultar em tua bela poesia.
Beijos, Lu.
Belo texto. Abraços
SERGIO NEVES - ...insônia teria eu se não viesse te ler! ...agora sim! ...depois de me enlevar por completo com essas tuas preciosas letras posso ir dormir mais leve,...mais feliz! / Carinhos.
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