Sobraram-me
Todos os elementos
De uma tragédia
Anunciada.
Todos os elementos
De uma tragédia
Anunciada.
E todas as culpas
Atribuídas àquele
Que se dispõe ao inferno.
Atribuídas àquele
Que se dispõe ao inferno.
Restou-me o
título que cabe
A uma perfeita heresia
Sendo este, o prêmio único
Que me estanca.
A uma perfeita heresia
Sendo este, o prêmio único
Que me estanca.
Ah, vã
filosofia de amor
Que mais morde que afaga
E tudo compromete
Quando ainda é nada.
Que mais morde que afaga
E tudo compromete
Quando ainda é nada.
Há de se
cobrar
Com muitas lágrimas
O sal que consagra.
Com muitas lágrimas
O sal que consagra.
Imagem: Tumblr
8 comentários:
A intensidade que se revela com um delicadeza invulgar, teu dom é de uma preciosidade assombrosa!
Beijos, querida Lucy.
Quantas assincronias, o amor nos traz.
Beijos, poetisa Lu.
Não é o amor que machuca, o que fere é lutar contra ele.
Mas isso ficou claro em suas letras, não? (risos)
Confirmo que sua delicadeza e intensidade são inebriantes!
Parabéns!
1 Beijo
Lu:
Certa vez alguém perguntou a um poeta como e onde ele encontrava tantas palavras diferentes para fazer um verso e tantos versos coerentes para compor tantos poemas como aquele que acabara de ler.
Respondeu-lhe o poeta que jamais procurara em toda a vida qualquer palavra para fazer um verso, ao contrário, as palavras é que procuravam sua mente, e, nelas se instalavam.
Lendo este poema pensei, por um instante, perguntar-lhe isto; mas, não pude deixar de me dizer, recompondo-me: - Não posso ser tão tolo, menina, de fazer-lhe tal pergunta, pois que bem sei a resposta. Afinal leio poesias e leio você há muito tempo...
Que sabedoria a sua para falar do amor, este sentimento tão confundido, tão mal administrado e tão buscado desde os primórdios dos tempos...
“Ah, vã filosofia de amar
Que mais morde que afaga
E tudo compromete
Quando ainda é nada.”
“Há de cobrar
Com muitas lágrimas
O sol que consagra”
Que inveja (da boa!) de você, poetiza, que fez estes versos encantadores, primorosos, de uma profundidade pouco avaliada...
Estas duas estrofes que coroam o seu poema que é lindíssimo ab initio. Fecham com a chave inata da clarividência as grandes inspirações, os grandes momentos da alma.
Forte abraço. Admiração de sempre.
Nelson
Sem saber se é facto ou inspiração,
tão grato pelos versos das mãos-coração que transmutam.
Com um imenso,
imenso e grato abraço!... Leonardo
O desamor é, sem dúvida, angustiante, adorável Lu. É uma tortura reconhecer essa felicidade que morre. Porém, outros amores virão. Nem mesmo o contexto triste consegue ofuscar o brilho de sua poética. Beijo terno e meus sinceros parabéns por tão linda criatividade.
Boa tarde Lu Mansanaris, teus versos enredam uma personagem consciente de que a vida nos promete brisa, e nos entrega tempestade, mas é nos meio do vendaval que a gente reconhece o valor intrínseco da calmaria quando ela nos agracia, parabéns pelo eloquente poema, eu te desejo um final de semana de muitas satisfações, junto aos treus entes queridos, um beijo com cartinho neste teu bondoso coração, que o meu coração tanto ama, MJ.
SERGIO NEVES - ...podes teres até colocado "Desamor" no título,...mas, na verdade, tudo o que de ti emana é do mais puro amor... / ...meio que tristinho, mas, fascinante texto! / Meu carinho, Lu.
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