​"Cabe-nos a tarefa irrecusável, seriíssima, dia a dia renovada, de - com a máxima imediaticidade e adequação possíveis - fazer coincidir a palavra com a coisa sentida, contemplada, pensada, experimentada, imaginada ou produzida pela razão." Goethe​

PRETÉRITO


Fitei um retrato
e me vi anteriormente
numa época de outros medos...

...E me quis pegar no colo
no instante em que experimentei
o pedaço de um tempo 
que ainda não passou
 - pois que agora me são outas
as respostas -

Quis me socorrer
na cisma de ter encontrado
a palavra certa
e as angústias desnecessárias.

Fitei-me tão íntima e profundamente
que me vi à frente do retrato
neste tempo de agora,
refletida no vidro da moldura.

E mais uma vez 
quis me pegar no colo 
e me socorrer 
neste abismo do agora,
estas curvas que não sei
para onde levam...
...Neste tempo que não pausa
para ser visto,
- dentro das perguntas que me encabulam -
Neste hoje tão incerto
onde quase tudo ainda é espera
e promessas...

Vi-me presa numa órbita tão incerta
que temi até a próxima letra
no ensaio do poema.


Digitais da Alma Pág 49



5 comentários:

Ana Bailune

Belíssimo, Lucimara...
E onde estarão as respostas que buscamos no presente? Será que estão no passado? Ou no futuro?

Anônimo

Que momento Lucy! Brilhante inspiração!
Feliz Ano Novo querida amiga poetisa, felicidades, saúde e paz!
E porque a tua essência é, siga sendo!(o claro reflexo do amor em cada uma de suas digitais)

"Porque o amor é a resposta para todas as perguntas"

Forte e terno abraço, Humberto.

Lucy Mara Mansanaris

Sempre generoso, grata Humberto!
Feliz Ano Novo, para ti e os teus, abraço.

Anônimo

“E mais uma vez quis me pego no colo
e me socorrer neste abismo do agora,
estas curvas que não sei para onde levam...
Neste tempo que não pausa para ser visto.
-dentro das perguntas que me encabulam-
...Neste hoje tão incerto onde quase tudo ainda é espera
E promessas...”

Lu:


Certa vez uma estagiária me perguntou o que deveria fazer para ser advogada. Disse-lhe o que já ouvira de meu avô há muitos anos atrás: “ Leia, entenda o que está lendo e sinta o que leu”.

Em outra oportunidade quando ouvia uma palestra de um poeta famoso alguém lhe perguntou quase a mesma coisa: ““ Como se faz poesia?”- ao que lhe respondeu o palestrante:” Se você gosta de poesia leia poesia, entenda o que está lendo e, principalmente procure entender o que a poesia está dizendo. Se conseguir isto você saberá o que é poesia”.

Lembrei disto ao ler teu poema. Pouco importa se são versos de ficção ou de vivência. Como tinha razão o poeta: entender o que a poesia quer dizer é simplesmente magia, e o teu poema é mágico.

1 ab

Nelson

Anônimo

SERGIO NEVES - ...não me lembro de até hoje ter lido alguma coisa sobre um qualquer passado que tenha sido dito com tanta força e com tanta dignidade poética como o que aqui versas! ...lindíssimo! // ...reitero aqui, de coração, os meus votos a ti de um ANO NOVO muitíssimo feliz! ...que Papai do Céu te ilumine com muito boa saúde e que as tuas realizações sejam as melhores possíveis! // Meu carinho, Lu.

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