Ainda
que tomada por profunda gratidão,
Cego-me diante o bater das asas
Ensurdecem-me a vida das árvores
Ignoro o perfume
Abandono-me
Consumo o tempo
desligo-me pouco a pouco
da morna carícia
que pelo sol me
beija a pele.
Cego-me diante o bater das asas
de uma borboleta,
movimentando as partículas no ar.
Ensurdecem-me a vida das árvores
e todas as vidas guardadas nelas.
Ignoro o perfume
que insiste em me confessar
a diversidade das aquarelas
onde sombra alguma, apaga...
Abandono-me
no curso sistemático de um rio
que delicadamente, comove as pedras
lembrando-me que
absolutamente tudo, p a s s a...
Consumo o tempo
e me consumo em tantas margens,
diluindo tudo o que vivo
em águas de sais
e pedras de água.
lumansanaris
Imagem: Google
5 comentários:
Minha amiga querida! Há quanto tempo que o tempo me vem escapando! Mas, um dia, ele me traz aos seus lindos pergaminhos bordados e fico leve como as pedras de águas que não machucam o caminhar. Lindo demais! Uma feliz votação. E que chegue a mudança tão desejada. Muita luz e paz. Beijo na princesinha e em você. Meu carinho.
A poetisa descreve a beleza mesmo nos momentos mais frios e amargos. Profundidade é a sua marca !mergulho! Abraços, Humberto.
Lindo!!
Que sua semana seja regada de alegrias
bjokas =)
Uma bela e poética descrição do passar da vida.
Um abraço.
Simplesmente magnífico! Amei...
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