Há um acorde infinito
em cada gesto que prossegue
junto com a marcha incansável
das horas.
Mas pauso-me
em meio a tantos cansaços,
respirando profundamente
o silêncio das últimas horas mornas.
E é esse perfume de tarde
que chega mimetizando
o externo em mim,
num ritual de carícias e cuidados
fazendo com que
o desabrochar da primeira estrela
desperte em meu íntimo,
uma canção antes adormecida.
Despeço-me então dos sonhos
alquebrados pela realidade.
Enquanto isso, no jardim do céu
faz-se primavera de estrelas
que docemente acordam,
todas as minhas saudades.
lumansanaris
Imagem: Google