​"Cabe-nos a tarefa irrecusável, seriíssima, dia a dia renovada, de - com a máxima imediaticidade e adequação possíveis - fazer coincidir a palavra com a coisa sentida, contemplada, pensada, experimentada, imaginada ou produzida pela razão." Goethe​

VERSO REVERSO


Quisera eu fosse
a tua pieguice mais sincera
ou o teu traço mais doce.

O iluminar do dia
o sonho da noite,
a loucura da alma
como único açoite.

Quisera assim,
meio que de repente
os teus olhos e os meus
frente a frente...

Uma assaz medida de ternura
o verso e o reverso
o disse e não disse
e o tempo todo meu
só pra que eu te descobrisse.

Lumansanaris
Imagem: Google

PRESENTE DO AMIGO SAMUEL BALBINOT


 Soneto à Lucy Mara

Deixe tua alma se banhar nas cores
Que vestem jardins do teu coração;
Sinta a pureza doce dos amores
Que te beijam no rosto com paixão;

Viva os sonhos teus, jogue lindas flores
Nos caminhos de luz e provação...
Alcance os céus, as asas dos condores...
Liberte-se mulher em rendição;

Deixe a vida sorrir divinamente...
Cada sorriso dela é um presente
Que aberto brilha como joia rara;

Nos teus olhos formosas melodias
De luz dançam brindando com poesias
Tua beleza eleita Lucy Mara;

( autoria: Samuel Balbinot )

 Samuel
Amigos como você, são como flores que perfumam o caminho, ou como a brisa que generosamente nos acarinha a pele, abrandando-nos a febre do existir...

Obrigada... de coração.
Um beijo com carinho e gratidão, Lu.

INFINITO


Vivo num tempo feito de lembranças
as quais nunca vivi.
São vontades, desejos contidos
amor reprimido,
embriagado por luas
e uma alma nua
enxertada dentro de mim.

Suspiro silêncios...
Os meus olhos são rios de palavras molhadas
contornando a margem de um sentir
que não conhece fim.

É pelo amor que construo o meu tempo
onde todos os momentos
são feitos de buscas - encontro ausências -

Desejos de toda uma vida, 
plantados no peito, brotaram feridas
sustentadas por lembranças
de tudo o que nunca aconteceu
e ainda assim, faz-se tanto
- sem mesmo ser -

Eu, quebrada em pedaços
o maior, pertence a você.

Lumansanaris 
Imagem: Google

LAPSOS


“Os delírios verbais me terapeutam...” (Manoel de Barros)

Tatuei a íris de meus olhos
tentando ocultar os  sentimentos.
Agora, grita tantas loucuras
que nem anjos, nem demônios
aproximam-se mais de mim.  
À noite, fui para a rua, vestindo apenas lua
- vendi todas as partes de meu corpo -
apenas para ter todos os espelhos como presente
e quebrá-los em milhões de pedaços
para me atrair todo o azar existente.
Serrei todos os meus dentes
quando a voz da fome me falou,
colando o estômago nas costas
provei para ele, o que realmente é dor.
- Nervos... Há muito não existem mais. 
Eu gargalhei, bem na cara do tempo
plantando fartas sementes de mentiras
já não há mais um portal que me socorra.
Coloquei-me de frente aos ventos
aguardando calmamente suas vinganças. 
Finalmente! Dizem que vai chover agulhas
teremos enfim, uma grande tempestade,
há tempos que já não uso guarda chuva.
Agora  brinco com a morte, prefiro assim
do que viver a tua ausência sentindo saudade.

Lumansanaris 04-07-2013
Imagem: Google

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