​"Cabe-nos a tarefa irrecusável, seriíssima, dia a dia renovada, de - com a máxima imediaticidade e adequação possíveis - fazer coincidir a palavra com a coisa sentida, contemplada, pensada, experimentada, imaginada ou produzida pela razão." Goethe​

V I D A


E a vida, essa preciosa posse
vem a nós como um delicado fio de seda
e vai acontecendo...

Os dias vão tecendo a nossa história
e entre derrotas e vitórias,
aprendemos a entender
que ela sempre recomeça
e parte para inúmeras voltas
voltando sempre, para o mesmo lugar,
 - as buscas...-

E a cada novo alvorecer
é nos dada a chance de recomeçar tudo
outra e outra vez
e mais quantas forem necessárias...

Então linhas vão sendo bordadas
protegidas pela verdade absoluta
fugindo de qualquer posse humana...

O tempo é como o novelo que abriga o fio
que a cada minuto, busca a sua outra ponta
 caminhando incessantemente
a este encontro.

E, quando o alcança,
descobre que, o que parecia ser o fim
é na verdade apenas o início...

Neste ato, já não somos mais um fio
mas sim, o trabalho do tempo
resultado dos nossos próprios sentimentos.

Lumansanaris
Imagem: Google



O BEIJA FLOR


Pequeno colibri que vem do horizonte
Portando no rostro, beijos aos montes
Dono de um jardim inteiro de amores
Dos mais saborosos e elegantes licores.

Beija-flor que chega planando no vento
Para a vaidosa orquídea fez juramento
Afirmando que tem muitas em sua vida
Mas que entre todas, ela é a preferida.

Pequenina ave de plumagem florescente
Sobrevoando a sua amada, docemente...
Querendo beber das pétalas da casta rosa
Disse a ela que não há outra mais formosa.

Desenvolto, valsa de ré as notas do vento
Tendo nos beijos silvestres o seu alimento
Quando presente, a felicidade vem anunciar
Sensibilidade a ultravioleta a contemplar.

Afortunado ser que rouba das flores o mel
Conhecedor da liberdade voando raso o céu
Visitando suas amantes enraizadas ao chão
Voltando sempre, pois delas é o seu coração.

Lumansanaris
Imagem: Google


SUSPIROS...


Tão belo é o entardecer na praia
Todo o horizonte em tons de amor
E quando cansado, o dia desmaia
Revela do firmamento todo o fulgor.

Vestido de luto, trilhas de estrelas
De onde garimpo os versos meus
E a alma nua de qualquer cautela
Alumia inspiração, fala com Deus.

Viajo caminhos mais claros qu’o dia
Retratando os sonhos em aquarelas
Perguntam-me se eu desenho poesia
Digo que não; sou desenhada por ela.

Lumansanaris
Imagem: Google


REFLEXÃO


A cada dia eu desejo abraçar a vida com mais força...

Abraçar os meus momentos de paz
e guardar a essência deles
para os severos tempos de guerra.

Abraçar as derrotas e me despedir delas
cedendo o espaço para algo novo e maior.
Sem nenhum medo de tentar
mais quantas vezes me forem necessárias.

Estar alerta para nunca deixar de abraçar
a chegada de um novo amigo,
aceitando com paz, a ausência dos que se foram
convencendo-me de que alguns,
simplesmente nunca foram amigos.

Eu sinto cada dia mais sede de aprendizado
e quase enlouqueço de alegria quando
mesmo cansada, percebo o quanto ainda me aguarda.

Recebo cada novo amanhecer como um presente de vida
e não me limito ao tamanho do obstáculo,
pois adoro subidas e sei cair sem derrubar.

Pois sou uma como completa estrangeira
neste tempo que vivo,
tendo como única bagagem
a constante necessidade do aprendizado.

Conservo fôlego para percorrer
quantas milhas me forem necessárias
trago nos pés, a sede do chão e amo a estabilidade das pedras,
tanto, que se castigada por feridas, torno-me mais forte.

Eu sempre cicatrizei rapidamente
pois tenho comigo, a certeza de minha fé
e a paz do caminhar motivado pelo amor...

E junto do amor, tenho também
todas as fraquezas, todas as coisas tolas,
todos os sonhos de todas as noites e dias
e todas as razões para nunca desistir.

Pretendo viver com todos os erros e acertos
que me forem concedidos
 e aceito em mim qualquer falha,
desde que, eu possa voltar atrás
sabendo-me merecedora dessa chance.

Mas nunca, nunca aceitaria me descobrir
ausente de mim mesma...

lumansanaris 27/06/2012
Imagem: Google 

ANDRADAS


Ah, quanta saudade eu sinto
dos doces tempos de outrora.
Dor tanta, qu’o meu peito chora
por saber deste tempo extinto.

Saudosa, resta-me a recordação
de um chão inundado de beleza
onde o simples brota com realeza
e atinge altitude do Pico do Gavião.

O solo já farto do café e das vinhas
também oferta água em abundância
esmerado berço de minha infância
onde nada me faltava, tudo eu tinha!

Com suas praças, repletas de vida
enamorados ali, perfumam os ares
fazem dos bancos, os seus altares
e da igreja Matriz, a sua acolhida.

Ah, que saudade da minha Andradas
conhecida também por terra do vinho
cidade de tradições, maior em carinho
aos pés da Mantiqueira cinzelada.

E estas mi’as lágrimas na face tatuadas
são ais de saudade e pura contemplação
buscando o repouso na palma das mãos
ao desenharem versos para ti, Andradas.

Lumansanaris

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